Quando uma série realmente não
funciona.
Sejamos sinceros aqui, Revolution
tem uma grande ideia, mas um péssimo desenvolvimento. Com J.J. Abrams e Erick
Kripke, as mentes por trás de Lost e Supernatural respectivamente, a esperança
era de ver uma série no mínimo muito boa. Mas no decorrer de três episódios,
nos apresentaram uma série apenas boa, recheada de falhas.
A começar pela escolha da
protagonista. Não duvidando do talento de Tracy Spiridakos, mas colocar uma
atriz relativamente novata para um papel tão importante não foi uma sábia
escolha dos produtores. Tracy não conseguiu, em NENHUMA cena transmitir a
emoção necessária.
Outra grande falha da série é o
exagero nas cenas de luta envolvendo o personagem de Billy Burke. A escolha
deste ator para interpretar um personagem importante foi um dos poucos acertos
da série.
Mas aí, um personagem que poderia ser interessante – principalmente depois
da revelação no terceiro episódio (trataremos disso logo mais) – acaba se
tornando uma vergonha alheia por causa de alguns poucos momentos. As cenas de
luta envolvendo Miles chegam a ser exageradas por demais. Se talvez dessem uma
amenizada nisso tudo e deixar menos Chuck Norris.
Outro erro que é valido mencionar
aqui é a condução da trama. A história não chega a ser lenta e tem um ritmo até
aceitável, porém o modo como tudo tem sido tratado está deixando a desejar. Mas
vamos falar do segundo e terceiro episódio da série.
Chained Heat
não foi uma das piores coisas da série. De certa forma superou bastante o fraco
piloto, mas ainda deixou a desejar. Se na premiere vimos a exagerada cena de
luta de Miles com a milícia, eis que neste episódio vemos mais um exagero logo
de início. Por favor, encontrem alguém mais sensato para coreografar e planejar
melhor estas lutas.
Nate, ou seja
lá qual for o nome dele, consegue, junto com Charlie, se tornar um peso humano
para a série. O personagem não acrescenta nada a trama, não representa nenhum
perigo/empecilho para a “jornada” de Charlie e Miles na busca por Danny, mas
mesmo assim os roteiristas arranjaram um jeito de colocar o personagem ali,
perseguindo nossos protagonistas. O futuro do personagem já está praticamente
desenhado e qualquer distraído percebe que há clima entre ele e Charlie. Mais
clichê impossível.
Mas se teve
algo de bom nesse segundo episódio foi Nora. A personagem realmente tem um
potencial para se tornar algo grande na série. Vamos esperar para ver.
Aaron e Maggie
conseguem ser mais dois pesos mortos. Mas pelo menos não aparecem muito. Mas o
que mais me incomoda é Ben ter entregado para Aaron o “amuleto de energia” e o
ter mandado procurar Grace. Se durante os quinze anos desde que o blecaute aconteceu
ele teve aquilo em mãos, por que nunca procurou Grace? Por que teve que esperar
estar no leito de morte para pedir alguém para procurar ela? Precisa explicar
isso aí direito, produção.
E no final,
aquilo que eu falei na review do piloto aconteceu. Embora tenha sido um pouco
mais do cedo do que esperava. Rachel, vulgo mãe de Charlie, está viva e é uma
espécie de refém do General Monroe. E assim esse episódio acaba. Num geral, ele
conseguiu ser melhor que o piloto (o que não precisava de muito esforço), mas
ainda está longe de ser surpreendente.
Chegamos então
em “No Quarter”, o terceiro episódio da série. E antes de qualquer coisa, aqui
vai uma nota: se vão fazer alguma revelação bombástica, que façam isso direito.
A revelação de que Miles foi o criador da Milícia e tudo aquilo que estão
vivendo, foi de certa forma frustrante. A ideia foi boa, mas revelaram a parecia
que faltava alguma coisa ali.
A forma como Charlie
aceitou esse fato foi estranha. Ora, se eu descobrisse que meu tio, que está me
ajudando em uma batalha contra uma milícia que roubou meu irmão, foi, mesmo que
indiretamente, responsável por isso, eu não aceitaria muito bem. Talvez seja
fruto da atuação de Tracy que tirou um pouco da emoção da cena, mas eu
realmente não consegui absorver o momento.
Nora ainda continua como um
potencial, mas como eu já disse precisa de mais trabalho em seu desenvolvimento.
Tudo bem, ficamos sabendo um pouco da história dela, o que é interessante, mas
no momento o que precisam é de se concentrar no futuro da personagem apenas.
Nate desapareceu e não deu a
graça de sua presença neste episódio, graças a Deus. Aaron e Maggie chegam à
casa de Grace, mas ela não está lá já que o misterioso homem que apareceu no
episódio passado parece ter sequestrado ela e destruído o seu computador. E
vamos ao veredicto final: Aaron e Maggie, mais dois pesos humano. Revolution
está cheia deles.
Enquanto isso, vemos Charlie,
Miles e Nora seguindo para a base dos Rebeldes. Lá eles descobrem que em uma
tentativa de ataque, os rebeldes acabaram sofrendo algumas perdas e um deles
está desaparecido. E justo este, para nossa surpresa (só que não) delata para a
Milícia onde é o quartel.
É aqui que eu faço um apelo. Mark
Pellegrino é um dos meus atores preferidos. Fez um excelente trabalho em Lost como
Jacob e em Supernatural como Lúcifer e se vão coloca-lo em Revolution, que não
acabem com o bom trabalho dele. Por favor.
Voltando ao episódio, o confronto
entre Milícia e Rebeldes de certa forma foi irônico se compararmos com outras
batalhas já mostradas na série. E quando eu digo batalhas, me refiro a Miles
lutando. Se exageraram tanto nessas lutas individuais, por que não investir
mais nas cenas que realmente precisariam ser investidas? Por que deixar um
confronto com potencial para ser a cena mais “divertida” do episódio de lado?
No fim, depois que o comandante (Mark)
foi capturado, acabamos na derradeira cena onde o passado e Miles é revelado.
Ele foi parceiro do General Monroe e o responsável pelo treinamento da Milícia.
Mais um acontecimento que merecia um tratamento melhor, jogado no episódio.
Triste.
Para poupar mais comentários
decepcionantes, aqui vai o final dessa review. Revolution é uma série que
poderia funcionar, mas no fundo acaba sendo um amontoado de cenas jogadas e
pouco trabalhadas. Uma decepção. Mas como eu sou brasileiro e não desisto
nunca, continuarei vendo a série até onde minha sanidade permitir.
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