Digam
o que quiserem, mas a meu ver Revolution foi criada tendo como principal
objetivo ser “a nova Lost”. E isto vem acontecendo com uma frequência muito nos
últimos dois anos. Vimos The Event, FlashFoward, Terra Nova e Alcatraz vindo
como promessas de ocupar o buraco deixado por Lost depois de seu fim em 2010.
Mas até hoje essa promessa não foi cumprida.
E como eu disse, Revolution
é mais uma série que tenta isso. Com um enredo que basicamente gira em torno de
um grande mistério, a série retrata a humanidade em um mundo onde não existe
mais nenhuma fonte de energia. Tudo apagou. Logo do início do episódio presenciamos
o momento do apagão e em poucos minutos somos levados para 15 anos no futuro e
apresentados a uma sociedade obrigada a sobreviver utilizando métodos arcaicos –
plantações, caça, vilas pequenas.
Por
mais que eu tenha tentado, não consegui evitar comparações deste piloto com o
de Lost – ou até mesmo com a série inteira. Lembro-me que quando assisti ao
piloto de Lost, embora não tenha me apaixonado de primeira pela série, notei
ali um grande potencial para uma história de mistério e no fundo fiquei
intrigado com o andar da carruagem. No fim, Lost se tornou, para mim, uma das
melhore séries do gênero dos últimos tempos.
Mas
voltando à Revolution, a série traz em seu piloto uma apresentação daquilo que
será desenvolvido ao longo de sua “vida” – ou pelo menos da primeira temporada.
A jornada da jovem Charlie (Tracy Spiridakos) junto de seu tio Miles (Billy
Burke), sua madrasta Maggie (Anna Lise Phillips) e o que deveria ser o “alívio cómico
da série”, Aaron (Zak Orth), um ex-funcionário da Google e amigo de Ben Mattheson,
pai de Charlie que é procurado por um general que acredita que este saiba como “ligar
tudo de novo”.
Bem
acaba sendo morto em um confronto entre a Milícia – uma espécie de gangue da
nova era – e o povo de sua vila. Quando o general Monroe envia o não tão empolgante
Giancarlo Esposito (serei sincero aqui: não consigo ver nada de mais nesse ator) em
busca de Ben, o filho Danny causa um grande tumulto que resulta na morte do
pai. Por causa disso, Tom (personagem de Giancarlo) se sente na obrigação de
levar o jovem no lugar do pai.
Com tudo isto, Charlie é enviada por seu pai à Chicago para encontrar seu tio, Miles. E
no meio do caminho acaba conhecendo Nate. Se o trailer da série não tivesse
entregado, provavelmente eu esboçaria alguma reação quando Miles desmascara o
jovem e todos descobrem que ele é um soldado da Milícia. Mas isso parece não
importar por que como vemos mais na frente em uma batalha bem exagerada, onde Miles
incorpora o Chuck Norris, que Nate pode ter algum sentimento pela jovem.
Enquanto
tudo isso acontece, o filho babaca (por que toda série precisa ter um), Danny, consegue
fugir da Milícia e acaba indo parar em uma casa no meio do nada. Lá uma mulher o
ajuda depois que o garoto sofre um ataque de asma. Mas não demora muito para
Giancarlo dar as caras e recapturar o garoto. No fim, vemos mais uma cena que
poderia render uma “surpresa” para o episódio. Esta mesma mulher trocando
mensagens com alguém em um computador (algo me diz que quem está do outro lado
é ninguém mais do que a mãe de Charlie, que foi dada como morta há alguns
anos).
Em
linhas gerais, Revolution é uma série que tem tudo para dar certo, mas o
histórico de séries “semelhantes” que não passam da primeira temporada me faz
ficar com dois pés atrás. Cabe então aos produtores, roteiristas e diretores
saberem guiar a série em um caminho adequado e que esta não se perca em
histórias absurdas, sem explicação e cansativas. Se me perguntassem que nota
daria para o episódios, daria um 6,5, esperando que as coisas melhorem daqui
para frente.
Revolution
estreia oficialmente no dia 17 de setembro, porém o episódio foi
disponibilizado pela NBC na internet nesta semana.
Observações:
-
Quando anunciaram que Elizabeth Mitchell iria substituir a atriz Andrea Roth no
papel da mãe de Charlie e Danny, logo me surgiu uma pulga atrás da orelha e me
fez suspeitar de que talvez ela tenha um papel mais significativo do que dizem.
E quando Ben diz para a filha que a mãe morreu “lá fora”, minhas suspeitas só
aumentaram. Já imagino o final da temporada mostrando a personagem de Elizabeth
vivinha da silva, em algum lugar neste mundo apocalíptico.
-
Mancada da NBC: trailers estragando o gancho do episódio. Sem comentários.
-
Uma coisa que me incomodou bastante nesse piloto foi o tanto de informação ao
mesmo tempo. Deviam ter explorado mais alguns plots e não deixar tudo acontecer
tão rápido assim. Mal conhecemos a vila e logo nos despedimos dela.
-
Quanto à primeira frase do post, quis dizer que a série não apresentou nada
muito novo e diferente daquilo que vimos em Terra Nova e Lost. Espero que as
coisas mudem nos próximos episódios.
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