Sempre que uma grande série chega
ao fim, um receio sobre o futuro do elenco começa a pairar pelo mundo
televisivo. Já vimos diversas “maldições” surgirem depois de séries aclamadas
pelo público e crítica chegarem ao fim e nenhum dos atores, que muitas vezes deslancharam
ali, consegue consolidar e/ou continuar sua carreira na TV. Um dos exemplos é
Seinfeld. A série que chegou ao fim em 1998 só viu um de seus protagonistas emplacar
uma nova produção em 2006, com The New
Adventures Of Old Christine, onde a excelente Julia Louis-Dreyfus voltou aos holofotes.
Outro grande exemplo é a
grandiosa Friends. Estrelada por Jennifer Aniston, Courteney Cox, David
Schwimmer, Matt LeBlanc, Matthew Perry e Lisa Kudrow, a série teve dez temporadas, chegando ao fim em 2005.
Depois disso, pouco se ouviu sobre grande parte das estrelas. Jennifer Aniston foi a única que logo
de cara conseguiu emplacar sua carreira, indo direto paras as telas de cinema. Matt LeBlanc estrelou o não tão amado
spin-off de Friends, Joey, que durou
apenas duas (criticadas) temporadas. Courteney
Cox só retornou para a TV em 2007 com a polêmica Dirt, que também durou apenas duas temporadas. Lisa Kudrow tentou voltar com The
Comeback, que não vingou e David
Schwimmer se conteve com pequenas participações na TV e em peças teatrais.
Por fim Matthew Perry, o eterno
Chandler, parte para sua terceira tentativa de voltar à TV. A primeira foi com Studio 60 on the Sunset Strip que,
apesar de bem aclamada pela crítica, não conseguiu passar da primeira
temporada. Depois foi a vez de Mr.
Sunshine, que teve apenas 13 episódios – só 9 foram exibidos.
Agora o ator retorna à NBC, a casa de Friends, com a nova aposta do canal, Go On. A série gira em torno de Ryan King um radialista esportivo que após perder sua mulher em um
acidente de carro, precisa frequentar um grupo de apoio para superar a morte da
esposa. Enquanto ainda tenta se desvincular da imagem de Chandler Bing, Perry surge em uma série que mais
parece uma Mr. Sunshine um pouco melhorada. Isso, claramente, tomando como base o
episódio piloto.
O primeiro episódio não conseguiu
me divertir muito, apesar de ter arrancado alguns poucos sorrisos. Ao se tratar
de uma série com um grupo de apoio, com pessoas “problemáticas”, os roteiristas
possuem uma série de opções de bons plots, mas preferiram escolher os piores
para iniciar a série. Embora não tivesse me empolgado muito, dei uma nova chance
à série e me decepcionei. Se o episódio piloto foi uma Mr. Sunshine melhorada,
o segundo episódio conseguiu a façanha de ser uma Mr. Sunshine piorada. “He Got Game, She Got Cats” foi sem dúvida
alguma um episódio fraquíssimo onde em momento algum consegui dar uma única risada.
O plot de gatos e mulheres solteiras já se tornou uma coisa tão clichê que
precisaria ser mais trabalhada para conseguir funcionar, o que não aconteceu.
E apesar de um início
desanimador, Go On passou a
funcionar no terceiro episódio. “There’s No Ryan in Team” foi o melhor da
série até então. A coisa funcionou tão bem que até começo a pensar que a comédia
pode dar certo – embora ainda tenha que melhorar em alguns pontos. O destaque
deste terceiro episódio vai para Steven
tentando consolar Ryan, deixando-o um pouco constrangido. A coisa funcionou tão
bem que me lembrou, em algum ponto, cenas
protagonizadas por Chandler e Joey (claro, guardada as devidas
proporções), onde sempre surgia algo constrangedor para os dois e suas
masculinidades.
Em linhas gerais, Go On ainda tem muito o que melhorar,
mas pode sim ser um dos grandes destaques dessa Fall Season. E como sou muito
fã de Matthew Perry, eu torço para que isso aconteça.
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