sábado, 22 de setembro de 2012

Glee: um resquício de algo que já foi divertido

Quando Glee estreou em meados de 2009, lembro-me de ter encontrado ali meu mais novo guilty pleasure. A série que veio como uma grande promessa naquela Fall Season, narrava a história de um grupo de losers, com uma leve pitada de humor e música, que formavam o coral de uma escola em Lima, Ohio.

Desde seu início, a série nunca foi um primor, uma obra prima da tv, mas era algo divertido de se ver. Glee era uma série padrão CW sendo exibida na FOX. Divertida apenas. Uma primeira temporada coerente que constantemente era comprada ao filme da Disney, High School Musical. Mas Glee tinha algo diferente, algo mais divertido.

Talvez o fato de Ryan Murphy abordar o bullying na série, tenha feito esta ganhar fãs no mundo inteiro, que acabaram se identificando com os personagens. E o grande leque de personalidades diferentes no elenco era (ou ainda é) sem dúvidas um dos pontos fortes da série. Vemos ali o atleta, a patricinha, a burra, o homossexual, o cadeirante, a negra, o valentão e vários outros personagens que marcaram as temporadas seguintes.

Os números musicais eram divertidos. Depois começaram a ficar chatos e muitos vinham sem nexo algum. “Performances” começando do nada, muitas vezes sem se encaixar no contexto da cena e nada empolgantes.

Depois de uma primeira temporada divertida, veio a segunda que não conseguiu manter o mesmo nível durante todos os episódios, o que é normal e aceitável. Glee ainda conseguia me divertir. Mas aí veio a terceira temporada e o pior da obra de Ryan Murphy veio à tona. Nenhum episódio conseguiu me animar, nada parecia funcionar. Glee tinha chegado ao fundo do poço.

Naquela altura, todas as comparações com High School Musical que vinha evitando fazer nos últimos dois anos, começaram a fazer sentido. Assim como aconteceu com Nip/Tuck, Murphy não conseguiu manter um nível de qualidade aceitável em Glee, que acabou se perdendo em episódios e plots fracos. A diversão que a primeira temporada e alguns episódios da segunda me proporcionaram não apareceu mais.

Digam o que quiserem. Me julguem, me xinguem, me ignorem, mas larguei Glee antes do décimo episódio. Simplesmente não conseguia ver mais. E então começou mais um novo ano e decidi dar uma segunda chance à série. E com dois episódios exibidos ainda não consegui me empolgar. Vi alguma melhora? Sim. Mas não o suficiente para me divertir o mesmo que quatro anos atrás. Nestes dois episódios há momentos que remetem às origens da série, mas são poucos. Hoje Glee é apenas um resquício daquilo que já foi, e se vai voltar a ser o que foi no começo eu duvido muito.

Para se ter uma noção, Rachel, que sempre despertava os meus mais profundos ódios, está protagonizando um dos plots mais aceitáveis dessa quarta temporada. Talvez seja a presença de Kate Hudson que tenha ajudado, vai saber. Quem sabe esquecer o McKinley High seja uma boa opção para a série ganhar uma sobrevida?

E hoje meu maior medo é que Ryan Murphy faça o mesmo com American Horror Story.

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