Quando Glee estreou em meados de 2009, lembro-me de ter encontrado ali meu
mais novo guilty pleasure. A série
que veio como uma grande promessa naquela Fall Season, narrava a história de um
grupo de losers, com uma leve pitada
de humor e música, que formavam o coral de uma escola em Lima, Ohio.
Desde seu início, a série nunca
foi um primor, uma obra prima da tv, mas era algo divertido de se ver. Glee era uma série padrão CW sendo
exibida na FOX. Divertida apenas. Uma primeira temporada coerente que
constantemente era comprada ao filme da Disney, High School Musical. Mas Glee tinha algo diferente, algo mais
divertido.
Talvez o fato de Ryan Murphy
abordar o bullying na série, tenha feito esta ganhar fãs no mundo inteiro, que
acabaram se identificando com os personagens. E o grande leque de
personalidades diferentes no elenco era (ou ainda é) sem dúvidas um dos pontos
fortes da série. Vemos ali o atleta, a patricinha, a burra, o homossexual, o cadeirante,
a negra, o valentão e vários outros personagens que marcaram as temporadas
seguintes.
Os números musicais eram
divertidos. Depois começaram a ficar chatos e muitos vinham sem nexo algum.
“Performances” começando do nada, muitas vezes sem se encaixar no contexto da
cena e nada empolgantes.
Depois de uma primeira temporada
divertida, veio a segunda que não conseguiu manter o mesmo nível durante todos
os episódios, o que é normal e aceitável. Glee
ainda conseguia me divertir. Mas aí veio a terceira temporada e o pior da obra
de Ryan Murphy veio à tona. Nenhum episódio conseguiu me animar, nada parecia
funcionar. Glee tinha chegado ao fundo do poço.
Naquela altura, todas as
comparações com High School Musical
que vinha evitando fazer nos últimos dois anos, começaram a fazer sentido.
Assim como aconteceu com Nip/Tuck,
Murphy não conseguiu manter um nível de qualidade aceitável em Glee, que acabou se perdendo em
episódios e plots fracos. A diversão que a primeira temporada e alguns
episódios da segunda me proporcionaram não apareceu mais.
Digam o que quiserem. Me julguem,
me xinguem, me ignorem, mas larguei Glee
antes do décimo episódio. Simplesmente não conseguia ver mais. E então começou
mais um novo ano e decidi dar uma segunda chance à série. E com dois episódios
exibidos ainda não consegui me empolgar. Vi alguma melhora? Sim. Mas não o
suficiente para me divertir o mesmo que quatro anos atrás. Nestes dois
episódios há momentos que remetem às origens da série, mas são poucos. Hoje Glee é apenas um resquício daquilo que já
foi, e se vai voltar a ser o que foi no começo eu duvido muito.
Para se ter uma noção, Rachel, que sempre despertava os meus
mais profundos ódios, está protagonizando um dos plots mais aceitáveis dessa
quarta temporada. Talvez seja a presença de Kate Hudson que tenha ajudado, vai saber. Quem sabe esquecer o McKinley
High seja uma boa opção para a série ganhar uma sobrevida?
E hoje meu maior medo é que Ryan
Murphy faça o mesmo com American Horror
Story.
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